segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Professores x Educação

Votação suspensa por até 30 dias

Cartazes foram levantados na galeria da Câmara pelos professores

Se Galvão Bueno e Arnaldo César Coelho estivessem narrando a reunião da Câmara Municipal fatalmente sairia a pergunta do narrador oficial da Rede Globo: Isso pode, Arnaldo? Ela é peitudinha? Arnaldo com certeza responderia: A regra é clara Galvão: O correto é: Ela é danadinha. E com o jeito clássico e gentleman do juiz da final da Copa de 1982 colocaria panos quentes e faria um trocadilho com a frase proferida pelo presidente da Câmara, Luiz Claudio Siqueira.
Ainda em forma de jogo, a base do prefeito atropelou a oposição com dois pontas abertos e marcando por pressão. Foram 150 minutos de acusações mútuas entre a base aliada e a oposição que proporcionaram momentos antológicos. Vereadores falando para o público e não para o presidente era uma das coisas que mais chamavam a atenção: Bate boca entre mãe de aluno e vereador e a antológica frase do presidente para uma professora: "Ela é peitudinha! Fica falando e enfrentando a gente o tempo todo", disse o presidente Kall Siqueira.
O problema está na forma que o projeto está sendo colocado em discussão. E com isso a secretária de educação e sua equipe colocam o prefeito em um fogo cruzado, pois querem usar do aumento que as professoras do ensino fundamental tem direito para realinharem seus salários, exceto a Secretária de Educação, professora Margarida De Luca.

Mãe de aluno se levanta para discutir com vereador em plenário

A oposição defende que somente as professoras do ensino fundamental sejam beneficiadas. A situação acredita que o momento é para o realinhamento e apóia a criação de novos cargos e usam como escudo um baixo impacto financeiro.
Foram momentos de muita tensão e em alguns era impossível não rir. Troca de acusações, aplicação do regimento interno a todo instante como nunca se viu e discussões entre professoras e vereadores foram observados a toda hora. O momento mais tenso foi quando o presidente Kall Siqueira chegou a dar ordem para colocar uma professora para fora do plenário, aquela mesma, a "peitudinha". Professoras e o marido da professora que teve sua saída ordenada se juntaram e não deixaram mexer com ela. O bom senso do presidente evitou o pior, com ele revogando sua própria ordem.
O núcleo da secretaria de educação estava presente na sessão legislativa. Em todos estes anos que acompanho a prefeitura não me recordo de um racha tão grande entre a cúpula da educação e seus professores. Definitivamente a hierarquia se perdeu e os professores continuam com seu movimento que é a operação tartaruga.
O presidente Luiz Claudio Siqueira (Kall) disse que a situação chegou a este impasse por causa da comissão dos professores que não soube negociar as reivindicações. Mas o presidente se esqueceu que houve um acordo não honrado pela secretaria municipal de educação que esfriou de vez as negociações. Três pareceres foram votados sendo dois pela legalidade da entrada do projeto de lei e um contrário.
Ao final a oposição ainda tentou a manobra de retirar um vereador do plenário, mas a situação, esperta, pediu a suspensão da votação que pode durar no máximo 30 dias. Uma nova batalha deverá acontecer. Até lá pais e alunos estão perdendo. Uma guerra desnecessária onde quem perde são todos da rede municipal de ensino. E deve-se prestar atenção na carga horária dos professores que fizeram concurso para 24 horas e não 27 horas. Em direito trabalhista, o que está incorporado não pode ser mudado. Salvo melhor juízo.

O maior momento de tensão quando o  presidente da Câmara Kall pede a retirada da professora: "Ela é peitudinha", disse o presidente



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